Disponibilidades de águas superficiais e subterrâneas
A ficha temática “Disponibilidades de águas superficiais e subterrâneas” analisa as disponibilidades hídricas em Portugal continental num determinado ano, permitindo avaliar se o ano foi húmido, médio ou seco.
- Sem escassez – países que consomem menos de 10% dos seus recursos renováveis;
- Escassez reduzida – países que consomem entre 10% e 20% dos seus recursos renováveis;
- Escassez moderada – países que consomem entre 20% e 40% dos seus recursos renováveis;
- Escassez severa – países que consomem mais de 40% dos seus recursos renováveis.
- Conhecer as disponibilidades hídricas por massa de água;
- Comparar as disponibilidades hídricas anuais com valores médios para caraterização do ano (húmido, médio ou seco);
- Analisar o índice de escassez por massa de água com base no conhecimento das disponibilidades e das necessidades de água.
Escoamento médio anual em regime natural
Disponibilidades hídricas subterrâneas de referência
Armazenamento das albufeiras nos dois últimos trimestres do hidrológico 2021/2022 (outubro e dezembro 2021; março, junho e setembro 2022)

Considerando a análise do armazenamento das albufeiras na região norte, centro e sul, pode observar-se que o maior afastamento da média, com sinal negativo, se observa na região norte. Contudo, todas as regiões apresentam reservas significativamente abaixo da média.
Distribuição mensal do armazenamento em albufeiras ao longo do ano relativamente à média histórica, na região do Lima, Cávado, Ave, Tâmega e Douro (Trás-os-Montes)
Distribuição mensal do armazenamento em albufeiras ao longo do ano relativamente à média histórica, na região do Douro (margem esquerda), Mondego, Tejo e Sorraia
Distribuição mensal do armazenamento em albufeiras ao longo do ano relativamente à média histórica, na região do Sado, Guadiana, Mira, Arade e Ribeiras do Barlavento
No que respeita às disponibilidades hídricas subterrâneas, analisa-se a evolução do nível de água ao longo do ano hidrológico, comparando o nível de água subterrânea mensal com os valores médios do nível de água subterrânea dos anos anteriores. Neste contexto, consideram-se como referência para análise, os níveis de águas subterrâneas nos meses de outubro e abril. O mês de outubro corresponde ao início do ano hidrológico, quando os níveis de água subterrânea se encontram mais baixos, uma vez que, na generalidade do país, ainda não ocorreram eventos pluviosos que permitam a infiltração da água e consequente recarga dos aquíferos. Por sua vez, o mês de abril respeita ao final do período pluvioso que, em termos de águas subterrâneas, corresponde ao final do período de águas altas (quando os níveis de água subterrânea são mais elevados), sendo diminuta a probabilidade de ocorrência de recarga significativa dos aquíferos a partir deste período
Armazenamento subterrâneo nos meses de outubro de 2020 e 2021 e de abril de 2021 e 2022

Índice de escassez por região

Para Portugal, o índice WEI+ foi determinado pela APA, na elaboração dos PGRH, tendo em consideração os seguintes dados de base:
- Escoamentos anuais médios em regime natural, associados ao percentil 50 e a recarga de aquíferos, a partir das quais se estimou os recursos hídricos subterrâneos disponíveis;
- Necessidades, volumes captados e volumes de retorno associados aos setores, nomeadamente, agrícola, pecuário, abastecimento público, indústria e turismo.
O WEI+ de 14% obtido para Portugal indica que o país se encontra numa situação de escassez reduzida. No entanto, a mesma análise efetuada à escala da região hidrográfica, através do gráfico, e por bacia hidrográfica, através do mapa, mostra assimetrias regionais, decorrentes sobretudo da distribuição dos recursos hídricos.
Índice de escassez por bacia

Agência Portuguesa do Ambiente – https://apambiente.pt/agua
Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos
Planos de Gestão de Região Hidrográfica (todos os ciclos de planeamento)