Ar e Ruído

O ar difere da maioria dos restantes recursos naturais pelo facto de não comportar a possibilidade de escassez, não necessitando por isso o seu uso de ser racionalizado. Porém, a sua vulnerabilidade reside no seu elevado risco de deterioração.

De uma forma geral, a qualidade do ar é produto da interação de um complexo conjunto de fatores, entre os quais se destacam a perigosidade dos poluentes, o volume das emissões, a topografia a que se encontra e até as condições meteorológicas que lhe estão associadas.

A produção industrial e de energia e os transportes são os maiores emissores de poluentes atmosféricos. Estes setores libertam para atmosfera alguns dos compostos mais perigosos para a saúde humana, para os ecossistemas e para os materiais, como o dióxido de enxofre, o dióxido de azoto, as partículas em suspensão, o chumbo, o benzeno ou o monóxido de carbono, entre outros.

Estudos epidemiológicos têm demonstrado importantes correlações entre a exposição aos poluentes atmosféricos e a morbilidade e a mortalidade associadas a doenças dos foros respiratório (asma, bronquite, enfisema pulmonar e cancro do pulmão), e cardiovascular (enfarte do miocárdio e AVC), mesmo quando as concentrações dos poluentes na atmosfera se mantêm abaixo dos valores máximos legalmente fixados.

Os impactes da poluição atmosférica sobre o ambiente são igualmente gravosos: influenciam diretamente o aquecimento global, estão na origem das chuvas ácidas, por sua vez responsáveis pela contaminação da água e dos solos, e são um importante fator de degradação dos ecossistemas.

As políticas públicas dirigidas à gestão da qualidade do ar têm por objetivo reduzir as emissões de poluentes atmosféricos, procurando assegurar que o desenvolvimento socioeconómico tenha lugar de forma sustentável e ambientalmente neutra.

O ruído é uma das principais causas da degradação da qualidade de vida das populações, em especial, em ambiente urbano. Os transportes são os principais responsáveis, embora o ruído de atividades industriais e comerciais possa assumir relevo em algumas situações pontuais.

O ruído é considerado um problema de saúde pública, pelo que a Organização Mundial de Saúde, em 1999, recomendou valores de ruído ambiente para evitar incomodidade e perturbações no sono.

Em Portugal, a regulação da produção de ruído ambiente segue o mesmo alinhamento, visando a salvaguarda da saúde humana e o bem-estar das populações.

Fichas temáticas

  • Índice de Qualidade do Ar

    O “Índice de Qualidade do Ar” é um indicador que traduz o estado da qualidade do ar ambiente no território nacional. Através de uma classificação expressa segundo uma escala de cores, atribuída de acordo com os seus resultados, permite orientar o cidadão de forma a adequar os seus comportamentos e ações no sentido da proteção da saúde humana, especialmente dos grupos mais sensíveis da população. 

  • Episódios de poluição por ozono troposférico

    A ficha temática “episódios de poluição por ozono troposférico” contém a informação relativa às situações de excedência dos limiares de informação do ozono, cuja ocorrência desencadeia um sistema de alerta para divulgação à população e às entidades competentes.

  • Poluição por partículas inaláveis

    A ficha temática “Poluição por partículas inaláveis” analisa a concentração de partículas com diâmetro inferior a 10 μm suspensas no ar, com vista à proteção da saúde humana.

  • Poluição atmosférica por dióxido de azoto

    A ficha temática “Poluição atmosférica por dióxido de azoto” analisa o cumprimento no território nacional dos objetivos impostos para este poluente, com vista à proteção da saúde humana.

  • Emissões de substâncias precursoras do ozono troposférico
    A ficha temática “Emissões de substâncias precursoras do ozono troposférico” contabiliza as emissões de óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis não metânicos, moléculas que estão na origem da formação de ozono troposférico. 
  • Emissões de substâncias acidificantes e eutrofizantes

    A ficha temática “Emissões de substâncias acidificantes e eutrofizantes” contabiliza as emissões de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx), e amoníaco (NH3), substâncias que contribuem para acidificação do meio.