Intensidade energética e carbónica dos transportes
A ficha temática “Intensidade energética e carbónica dos transportes” analisa a intensidade energética no setor dos transportes, bem como a correspondente fração de energia renovável utilizada. Apresenta ainda os valores das emissões de gases com efeito de estufa nos transportes.
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O Decreto-Lei n.º 84/2022 (que transpôs parcialmente a Diretiva (UE) 2018/2001) fixa a meta de incorporação de 29% de fontes de energia renovável no consumo final de energia, no setor dos transportes, até 2030, atualizando a meta anteriormente prevista no Plano Nacional Energia Clima (PNEC2030);
- São, ainda, fixadas as seguintes quotas mínimas de energia provenientes de fontes renováveis para:
- Os fornecedores de combustíveis estão obrigados a assegurar a incorporação de combustíveis de baixo teor em carbono para transportes, em teor energético, nas seguintes percentagens, sobre as quantidades de combustíveis rodoviários por si introduzidos no consumo:
- Os fornecedores de combustíveis estão ainda obrigados a uma contribuição mínima anual de biocombustíveis avançados e de biogás, em teor energético, correspondente às seguintes percentagens sobre as quantidades de combustíveis rodoviários por si introduzidos no consumo, com exceção do gás de petróleo liquefeito:
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O Plano Nacional Energia e Clima para 2030 (PNEC 2030), elaborado na sequência do Regulamento (UE) 2018/1999, em linha com os objetivos do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, define adicionalmente, para 2030, uma meta setorial de redução em 40% da emissão de gases com efeito de estufa pelo setor dos transportes.
Evolução da intensidade energética por setor de atividade
Percentagem de energia renovável no consumo de combustíveis nos transportes, em Portugal e na UE-27
Evolução das emissões GEE no setor dos transportes, em Portugal
O setor dos transportes, em grande parte dominado pelo tráfego rodoviário, é um dos setores cujas emissões mais aumentaram no período 1990-2021. Após o crescimento constante das emissões até ao início dos anos 2000, ao qual se seguiu um período de estabilização, registou-se, após 2005, um decréscimo das emissões deste setor. Após 2013 verificou-se, contudo, uma inversão daquela tendência, com o aumento das emissões dos transportes. A significativa redução das emissões dos transportes em 2020 e 2021, face a 2019, deveu-se ao forte impacto das medidas de resposta à pandemia por COVID-19.
Estimativas das emissões de GEE mensais, entre 2020 e 2021, nos transportes rodoviários
O setor dos transportes foi um dos mais afetados pelas medidas de resposta à pandemia por COVID-19. O subsetor do transporte rodoviário registou, em dezembro de 2021, valores de emissões acima da média do período homólogo 2016-2019, indicando a recuperação de níveis de atividade próximos dos registados antes da pandemia (cerca de 15,6% face à média dos meses de dezembro de 2016-2019). Relativamente a 2021, entre janeiro e dezembro, registou-se uma redução de 5,0% face à média de 2016-2019 (entre janeiro e dezembro).
A redução das emissões de GEE pelo setor dos transportes foi evidente nos meses de confinamento mais rigoroso, tendo atingido valores de menos 46,3% em abril de 2020 e de menos 24,6% em fevereiro de 2021.