Em termos de intensidade energética por setor de atividade, verifica-se que, em 2022, e à semelhança dos anos anteriores, o setor dos transportes é o terceiro mais intensivo em energia, representando 28 tep/M€2016 (dados provisórios).
A ficha temática “Intensidade energética e emissões de gases com efeito de estufa dos transportes” analisa a intensidade energética no setor dos transportes, bem como a correspondente fração de energia renovável utilizada. Apresenta, ainda, os valores das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) nos transportes.
Em Portugal os transportes representam uma parte importante do consumo de energia final, sendo o transporte rodoviário responsável pela quase totalidade desse consumo. Verifica-se ainda que os transportes terrestres são os principais responsáveis pelo consumo de produtos petrolíferos para fins energéticos, contribuindo de forma decisiva para a dependência energética do país.
Para reduzir esta dependência do exterior importa reduzir, a nível nacional, a utilização de veículos rodoviários (em particular aqueles que utilizem combustíveis fósseis), quer por recurso aos transportes públicos quer à mobilidade suave, de modo a aumentar a eficiência energética no setor. Mas também importa promover a adoção de veículos mais eficientes e que utilizem combustíveis com melhor desempenho ambiental, destacando-se, neste contexto, os veículos elétricos.
Como consequência do tipo de energia utilizada, o setor dos transportes é também responsável por uma grande parte das emissões de GEE, exercendo fortes pressões sobre o ambiente e o bem-estar humano.
Contribuição para os ODS
a) os transportes marítimo e aéreo:
i) a partir de 2025, 2,5%;
ii) a partir de 2027, 6%;
iii) a partir de 2029, 9%;
b) os transportes ferroviários:
i) a partir de 2025, 75%;
ii) a partir de 2030, 100%.
Determinou também que:
a) a partir de 2022, 11%;
b) a partir de 2023, 11,5%;
c) a partir de 2025, 13%;
d) a partir de 2027, 14%;
e) a partir de 2029, 16%;
a) em 2022, 0,2%;
b) em 2023, 0,7%;
c) em 2025 e 2026, 2,0%;
d) em 2027 e 2028, 4%;
e) em 2029, 7%;
f) em 2030, 10%;
Intensidade energética dos transportes
O setor dos transportes continua muito dependente dos combustíveis produzidos a partir do petróleo, sendo particularmente vulnerável às oscilações dos preços internacionais. Ainda de acordo com dados provisórios para 2022, 77,6% do consumo final de produtos de petróleo ocorreu neste setor, com um consumo de gasóleo de 4 395 ktep (87,6% do consumo total de gasóleo), e de gasolinas de 1 123 ktep (99,8% do consumo total de gasolinas).
Em 2022, o consumo de petróleo e derivados nos transportes foi de cerca de 5,77 Mtep, o que representa um acréscimo de 6,1% face a 2021. No transporte rodoviário, o consumo de gasóleo registou um aumento de 4,9%, o de gasolina 10,0% e o de GPL Auto 11,7%.
Os dados apresentados demonstram, ainda, uma elevada dependência nacional dos combustíveis fósseis. Esforços no sentido de diminuir essa dependência terão o efeito benéfico de reduzir significativamente as emissões de poluentes atmosféricos, designadamente as emissões de GEE, um objetivo estratégico inscrito em vários instrumentos de política atualmente em vigor, em particular no PNEC 2030 (em processo de revisão) e no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (igualmente em processo de revisão).
Em termos de intensidade energética por setor de atividade, verifica-se que, em 2022, e à semelhança dos anos anteriores, o setor dos transportes é o terceiro mais intensivo em energia, representando 28 tep/M€2016 (dados provisórios).
Sendo o setor dos transportes um dos mais dependentes dos combustíveis fósseis, tem sido desenvolvido um esforço para aumentar a percentagem de combustíveis provenientes de energias renováveis neste setor. Portugal apresentou um aumento expressivo da incorporação de energias renováveis nos combustíveis até 2010, sendo que, no ano seguinte, essa incorporação registou uma diminuição acentuada. Esta queda esteve relacionada com a obrigatoriedade de certificação de sustentabilidade dos biocombustíveis que, embora tenha entrado em vigor em 2010, não foi operacionalizada de imediato no país. A partir desse ano observou-se um incremento na incorporação de biocombustíveis nos transportes, sendo que, em 2020, se atingiu a incorporação máxima de 9,7%. Em 2021, registou-se em Portugal uma nova diminuição, fundamentalmente devida à entrada em vigor da Diretiva (UE) 2018/2001 (Diretiva das Renováveis – RED II), que limitou a contabilização do biodiesel produzido a partir de óleos vegetais usados. Em 2022, a incorporação de fontes de energias renováveis no consumo final bruto de energia nos transportes registou um ligeiro aumento relativamente ao ano anterior, atingindo o valor de 8,7% em Portugal, e de 9,6% na UE-27.
A nível da UE-27, a incorporação de combustíveis provenientes de fontes de energia renovável tem apresentado um aumento consistente desde 2004, com valores superiores aos observados em Portugal até 2014, exceto em 2010. A partir de 2015 os valores observados em Portugal e na UE-27 seguem a mesma tendência, sendo, contudo, de salientar que entre 2015 e 2019 a incorporação de combustíveis provenientes de fontes de energia renovável em Portugal se apresentou acima dos valores observados ao nível da UE-27.
Emissões de gases com efeito de estufa dos transportes
O setor dos transportes, em grande parte dominado pelo tráfego rodoviário, é um dos setores cujas emissões mais aumentaram no período 1990-2022: 58%. Após o crescimento constante das emissões até 2002, ao qual se seguiu um período de estabilização, registou-se, a partir de 2005, um decréscimo das emissões deste setor. Após 2013 verificou-se, contudo, uma inversão daquela tendência, com o aumento das emissões dos transportes, apenas interrompido em 2020 devido ao forte impacte das medidas de resposta à pandemia por COVID-19. As emissões deste setor têm crescido desde então, não tendo, contudo, em 2022, atingido os valores pré-pandemia.
Direção-Geral de Energia e Geologia – Energia
Balanço Energético Nacional 2022
Agência Portuguesa do Ambiente – Clima