Água

Água para consumo humano

A ficha temática “Água para consumo humano” avalia a qualidade da água na torneira do consumidor e identifica a origem da água utilizada.

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Descrição: 
A qualidade da água para consumo humano é um indicador essencial para a avaliação do nível de desenvolvimento de um país e do bem-estar da sua população.
 
De modo a garantir essa qualidade, as autoridades competentes procedem à recolha periódica de amostras de água para análise do cumprimento de diversos parâmetros químicos, físicos e microbiológicos. Tanto o número de análises como os valores de referência dos diversos parâmetros são definidos pela legislação aplicável, o Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de agosto, na sua redação atual.
 
Esta ficha temática diz respeito a Portugal continental e é atualizada anualmente.
Objetivos: 
A estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais para Portugal continental no período 2014-2020, Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais 2020 (PENSAAR 2020), estabelece como meta para 2020 o valor de 99% de água segura.
 
Análise da evolução:
O valor do indicador água segura na torneira do consumidor (água controlada e de boa qualidade) reflete o cumprimento dos requisitos da qualidade da água (valores paramétricos), bem como a realização do número mínimo de análises regulamentares.
 
Apesar de por um lado, em 2021, a realização de ações de fiscalização no terreno ainda ter sido fortemente condicionada pelos diversos confinamentos impostos pela pandemia por COVID-19, por outro lado a situação pandémica não influenciou de forma relevante a implementação dos Programas de Controlo e Qualidade da Água aprovados para esse mesmo ano, nem o controlo da qualidade da água na torneira, devido à estreita colaboração entre o regulador, as entidades gestoras, as autoridades de saúde e os laboratórios.

Evolução da percentagem de água segura na torneira do consumidor, entre 2000 e 2021

Fonte: ERSAR, 2022
A qualidade da água para consumo humano tem vindo a registar, ano após ano, melhorias constantes e sustentadas, alcançando, em 2021, o valor de 98,96% (98,85% em 2020) de água segura na torneira do consumidor. Num quadro regulatório cada vez mais exigente, este facto representa uma efetiva melhoria da qualidade da água nos últimos anos. Verifica-se que o objetivo de 99% de água segura definido no PENSAAR 2020 para o ano de 2020 foi alcançado em 2015 e mantido desde essa altura. 
 
A percentagem de análises realizadas na torneira do consumidor em 2021 foi de 99,97% (99,94% em 2020), sendo de 100% em 271 concelhos (mais sete do que em 2020), o que corresponde a 97% dos concelhos de Portugal continental. Este valor traduz um controlo exigente, muito próximo do cumprimento integral deste requisito legal (100%), resultante da implementação dos Programas de Controlo e Qualidade da Água aprovados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). 
 
O cumprimento dos valores paramétricos (VP) na água da torneira do consumidor foi de 98,99% em 2021 (98,91% em 2020). Estes valores têm estado sempre acima dos 98% ao longo dos últimos anos.
 
Tal como em anos anteriores, verifica-se que os parâmetros bactérias coliformes, pH, alumínio, ferro e manganês são responsáveis por cerca de 84% dos incumprimentos ocorridos no grupo dos indicadores e por 73% de todos os incumprimentos.
 
Relativamente aos incumprimentos nos parâmetros microbiológicos, considera-se fundamental que a eficácia da desinfeção não seja descurada, uma vez que as percentagens de cumprimento do valor paramétrico das bactérias coliformes ainda não atingiram o valor de 99%.
 
O pH continua a ser um dos parâmetros com a percentagem de cumprimento do respetivo valor paramétrico mais baixa, embora, quando se compara com o desempenho de 2017, a evolução é positiva e quantificada em cerca de 1,91%.

Causas associadas aos incumprimentos ocorridos na torneira do consumidor em 2021

Fonte: ERSAR, 2022
No que diz respeito às causas associadas aos incumprimentos ocorridos na torneira do consumidor em 2021, 44,2% destas estão associadas a problemas de qualidade da água bruta (isto é, na origem), 19,0% a falhas no tratamento da água, 4,4% a problemas na distribuição, 5,9% a contaminação da água pela rede predial, e 25,2% a outras causas. Em 1,3% dos incumprimentos a causa é desconhecida ou inconclusiva, não obstante a regularização da qualidade da água nestes casos. 
 

Distribuição geográfica da percentagem de água segura por concelho em função da meta de 99%, em 2021

Fonte: ERSAR, 2022
Em 2021, manteve-se a tendência de melhoria no indicador “água segura” para a generalidade dos concelhos de Portugal continental, com 45 concelhos a registarem 100% de água segura (43 concelhos em 2020) e apenas um concelho a registar um nível de desempenho inferior a 95% de água segura: o concelho de Fronteira (85,48%).
 
Este não atingiu o nível de água segura de 95% devido a 85,5% de cumprimento da frequência regulamentar e 99,4% de cumprimento dos valores paramétricos. Esta situação corresponde a 35 análises não realizadas.
 
Subsiste, ainda, alguma fragilidade na qualidade da água dos fontanários que constituem origem única, isto é, nas zonas de abastecimento sem rede pública ao domicílio, sendo, nestes casos, o indicador para a água segura de 96,05% (96,3% em 2020). Das 186 zonas de abastecimento de fontanários (5% do total das zonas de abastecimento de Portugal continental) ocorrem 10% do total dos incumprimentos do país (416 em 4133), dos quais 33% são de origem microbiológica e 45% devidos a pH baixo da água. Também é de destacar que, do total de incumprimentos ocorridos, 12% dos incumprimentos microbiológicos e 12% dos incumprimentos ao pH, ocorreram em fontanários que são origem única de água destinada ao consumo humano.

 

Evolução do tipo de origens de água utilizada no abastecimento público, entre 2011 e 2021

Fonte: ERSAR, 2022
A água destinada ao consumo humano tem origem essencialmente em fontes de água superficial, mantendo-se o panorama de um pouco mais de dois terços da água que os portugueses bebem ser de origem superficial. De facto, em 2021, a percentagem total de água subterrânea utilizada foi de 29,6% (30,6% em 2020) e a de água superficial de 70,40% (69,4% em 2020). 
 
No que diz respeito à água de origens próprias ou compradas a terceiras entidades, em 2021 manteve-se uma proporção semelhante às registadas nos anos anteriores, verificando-se um ligeiro aumento do volume de água comprada, correspondente a 64,2% do volume de água utilizado (63,8% em 2020) e 35,8% a água própria (36,2% em 2020).

Tipo de origens de água utilizadas por concelho, em 2021

Fonte: ERSAR, 2022
Em Portugal continental, a maioria dos concelhos utiliza, nos sistemas de abastecimento público da sua área geográfica, uma combinação de águas de origem superficial e subterrânea em proporções variáveis. No entanto, alguns dos concelhos utilizam em exclusivo águas de origem subterrânea ou de origem superficial. 
 
Última atualização: 
Quarta, 17 Maio, 2023
Hiperligações: 

Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos – www.ersar.pt