Em 2022, o balanço bruto do azoto (N) resultou num excedente de 121,9 mil toneladas, o que representou 31 kg de azoto por hectare de superfície agrícola utilizada (SAU), e um decréscimo de 15% face a 2021.
No total do período 1997-2022 o potencial do risco de perdas do azoto à superfície do solo decresceu em 38% (balanço bruto), com maior significado no equivalente por hectare de SAU (menos 39%). Até 2021 verificou-se que o total das perdas diminuiu 34% (balanço líquido), em resultado de menor incorporação de azoto no solo (menos 10%), maior remoção pelas culturas (mais 8%) e menor transferência para o ar (menos 9%).
O balanço do fósforo (P) contabilizou, em 2022, um excedente de 9,5 mil toneladas, o que representou 2 kg de fósforo por hectare de SAU, e um acréscimo de 25% face ao ano anterior.
No total do período 1995-2022 o potencial do risco de perdas do fósforo à superfície do solo decresceu em 72%, em resultado de menor incorporação de fósforo no solo (menos 45%) e menor remoção pelas culturas (menos 24%).
A tendência decrescente dos balanços de azoto e de fósforo consolidou-se nos últimos 5 anos:
- Balanço de azoto: menos 25% (e menos 30% no equivalente por hectare de SAU), para a qual contribuiu o aumento da capacidade de remoção de azoto do solo pelas culturas (58% da quantidade incorporada em 2022 e 50% em 2018);
- Balanço de fósforo: menos 39% (e menos 42% no equivalente por hectare de SAU), para a qual contribui o aumento da capacidade de remoção de fósforo do solo pelas culturas (77% da quantidade incorporada em 2022 e 66% em 2018).
Estes resultados apontam para o efeito do incremento da adoção de boas práticas com impacte na aplicação de azoto e de fósforo, apoiadas pelo Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR2020)).
As variações ao longo das séries parecem refletir ainda o impacto de crises financeiras na atividade económica, o aumento dos preços dos fertilizantes e os efeitos de situações de seca.