Balanço de nutrientes (azoto e fósforo) no solo agrícola

  • O balanço do azoto apresentou, em 2023, uma evolução desfavorável em relação ao ano anterior, com um aumento de 10,0%, mas favorável relativamente aos últimos cinco anos, com uma redução de 11,5%. No total do período de 1997 a 2023, observou-se um decréscimo de 21,1%.
  • O balanço do fósforo apresentou, em 2023, uma evolução desfavorável quer em relação ao ano anterior, com um aumento de 9,1%, quer relativamente aos últimos cinco anos, com um aumento de 4,6%. No total do período de 1997 a 2023, observou-se um decréscimo de 66,4%.
  • O consumo aparente de fertilizantes inorgânicos (azoto, fósforo e potássio) teve, em 2023, um aumento de 40,0% face a 2022. Nos últimos cinco anos observou-se uma redução de 8,7%, e no período 1995-2023 um decréscimo de 47,5%.
  • Portugal confirmou, assim, uma tendência decrescente nas perdas de nutrientes (azoto e fósforo) e na utilização de fertilizantes inorgânicos, e apresentou uma tendência favorável para o alcance das metas fixadas para 2030, na Estratégia do Prado ao Prato da UE.
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A ficha temática “Balanço de nutrientes (azoto e fósforo) no solo agrícola” analisa a evolução do efeito no ambiente da aplicação de fertilizantes no solo.

A manutenção de um equilíbrio saudável entre os nutrientes incorporados no solo e os nutrientes removidos pelas plantas é essencial, já que um défice de nutrientes no solo provoca um problema de fertilidade, com as consequentes implicações na qualidade das culturas e no nível de produção. Por outro lado, um excesso de nutrientes poderá originar situações de poluição, não apenas do solo, mas também da água e do ar. A nível biológico, a salinização e a toxicidade podem contribuir para a redução da atividade microbiana, empobrecendo a biodiversidade do solo.

O balanço bruto de nutrientes é um indicador de tendência que identifica a ameaça potencial de excesso ou défice de azoto e do fósforo à superfície do solo. Resulta da diferença entre a incorporação destes nutrientes no solo e a sua remoção pelas culturas, fornecendo informação sobre a inter-relação entre o uso sustentável dos recursos nutricionais do solo, o uso de fertilizantes agrícolas (inorgânicos e orgânicos) e as respetivas perdas para o ambiente.

O “consumo aparente de fertilizantes inorgânicos (azoto, fósforo e potássio)” é uma componente relevante dos balanços brutos de azoto e fósforo.

 

Contribuição para os ODS 

Objetivos: 
  • O balanço bruto de nutrientes no solo agrícola é utilizado para efeitos da Condicionalidade e da Diretiva Nitratos.
  • É também utilizado como indicador de impacte para a qualidade da água no âmbito dos apoios concedidos pelos Programas de Desenvolvimento Rural, através de ações de suporte a uma “melhor gestão do uso de nutrientes na agricultura”, de que se destacam:
    • Apoiar práticas agrícolas ou florestais que contribuam para a melhoria do ambiente e conservação dos recursos (água, solo, ar), em articulação com uma produção agrícola sustentável e competitiva;
    • Garantir uma nutrição adequada das culturas, corrigindo eventuais carências e evitando excessos de nutrientes, por forma a proporcionar produções de elevada qualidade, ao mesmo tempo que se preserva a qualidade do solo, da água e do ar;
    • Adotar técnicas adequadas de fertilização, tendo em consideração os diversos fatores que intervêm na dinâmica do azoto e do fósforo no solo, por forma a favorecer a sua absorção pelas culturas, a sua fixação no solo, e a reduzir ao máximo as perdas nas águas de escoamento e/ou de infiltração, bem como nas emissões para o ar;
    • De acordo com os princípios da economia circular, deverá priorizar-se a aplicação de fertilizantes orgânicos (efluentes pecuários, seus equiparados ou a sua mistura, composto, lamas, etc.), promovendo, assim, o aumento da matéria orgânica do solo, contribuindo, nomeadamente, para a melhoria da fertilidade do solo, para uma boa estrutura do mesmo e para o aumento da sua capacidade de retenção de água.
  • A Estratégia do Prado ao Prato (F2F 2030) estabelece os objetivos da União Europeia (UE) para redução das perdas de nutrientes (sobretudo azoto e fósforo) em pelo menos 50%, assegurando simultaneamente que não haja deterioração da fertilidade do solo, o que permitirá reduzir a utilização de fertilizantes em pelo menos 20% até 2030.
  • Os atuais Programas de Desenvolvimento Rural da UE visam contribuir para a concretização  destes objetivos, tal como as intervenções programadas no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum em Portugal (PEPAC 2023-2027), com indicadores de resultado do apoio dado à melhoria da gestão sustentável dos nutrientes, nomeadamente pela adoção de boas práticas na aplicação de azoto e fósforo.

 

Principais instrumentos de política

 

Análise da evolução:
Última atualização: 
Quinta, 25 Setembro, 2025