Balanço de nutrientes (azoto e fósforo)

  • O balanço do azoto apresentou, em 2022, uma evolução favorável quer em relação ao ano anterior, com uma redução de 14,9%, quer nos últimos cinco anos, com uma redução de 25,2%. No total do período de 1997 a 2022, o decréscimo foi de 38%.
  • O balanço do fósforo apresentou, em 2022, uma evolução desfavorável em relação ao ano anterior, com um aumento de 24,7%, mas relativamente aos últimos cinco anos a evolução foi favorável, com uma redução de 38,5%, o mesmo sucedendo no total do período de 1995 a 2022, com um decréscimo de 72%.
  • O consumo aparente de fertilizantes inorgânicos (azoto, fósforo e potássio) teve, em 2022, uma redução de 37,2% face a 2021 (dados provisórios). Nos últimos cinco anos a redução foi de 45%, e no período 1995-2022 o decréscimo foi de 53%.
  • Portugal confirmou, assim, uma tendência decrescente nas perdas de nutrientes (azoto e fósforo) e na utilização de fertilizantes inorgânicos, e apresentou uma tendência favorável para o alcance das metas da Estratégia do Prado ao Prato da UE para 2030.
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A ficha temática “Balanço de nutrientes (azoto e fósforo)” analisa a evolução do efeito no ambiente da aplicação de fertilizantes no solo.

A manutenção de um equilíbrio saudável entre os nutrientes incorporados no solo e os nutrientes removidos pelas plantas é essencial, já que um défice de nutrientes no solo provoca um problema de fertilidade, com as consequentes implicações na qualidade das culturas e no nível de produção. Por outro lado, um excesso de nutrientes poderá originar situações de poluição, não apenas do solo, mas também da água e do ar.

O balanço bruto de nutrientes é um indicador de tendência que identifica a ameaça potencial de excesso ou défice de azoto e do fósforo à superfície do solo. Resulta da diferença entre a incorporação destes nutrientes no solo e a sua remoção pelas culturas, fornecendo informação sobre a inter-relação entre o uso sustentável dos recursos nutricionais do solo, o uso de fertilizantes agrícolas (inorgânicos e orgânicos) e as respetivas perdas para o ambiente.

O “consumo aparente de fertilizantes inorgânicos (azoto, fósforo e potássio)” é uma componente relevante dos balanços brutos de azoto e fósforo.

Contribuição para os ODS 

Objetivos: 
  • O balanço bruto de nutrientes no solo agrícola é utilizado para efeitos da Condicionalidade e da Diretiva Nitratos.
  • É também utilizado como indicador de impacte para a qualidade da água no âmbito dos apoios concedidos pelos Programas de Desenvolvimento Rural, através de ações de suporte a uma “melhor gestão do uso de nutrientes na agricultura”, de que se destacam:
    • Apoiar práticas agrícolas ou florestais que contribuam para a melhoria do ambiente e conservação dos recursos (água, solo, ar), em articulação com uma produção agrícola sustentável e competitiva;
    • Garantir uma nutrição adequada das culturas, corrigindo eventuais carências e evitando excessos de nutrientes, por forma a proporcionar produções de elevada qualidade, ao mesmo tempo que se preserva a qualidade do solo, da água e do ar;
    • Adotar técnicas adequadas de fertilização, tendo em consideração os diversos fatores que intervêm na dinâmica do azoto e do fósforo no solo, por forma a favorecer a sua absorção pelas culturas e a reduzir ao máximo as perdas nas águas de escoamento e/ou de infiltração, bem como nas emissões para o ar;
  • A Estratégia do Prado ao Prato (F2F 2030) estabelece os objetivos da União Europeia (UE) para redução das perdas de nutrientes (sobretudo azoto e fósforo) em pelo menos 50%, assegurando simultaneamente que não haja deterioração da fertilidade do solo, o que permitirá reduzir a utilização de fertilizantes em pelo menos 20% até 2030.
  • Os atuais Programas de Desenvolvimento Rural da UE visam contribuir para a concretização  destes objetivos, tal como as intervenções programadas no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum em Portugal (PEPAC 2023-2027), com indicadores de resultado do apoio dado à melhoria da gestão sustentável dos nutrientes, nomeadamente pela adoção de boas práticas na aplicação de azoto e fósforo.
Análise da evolução:

Última atualização: 
Sexta, 5 Julho, 2024