Economia circular - recursos materiais

  • O Consumo Interno de Materiais (DMC, na sigla inglesa) atingiu, em 2023, um total de 160,1 milhões de toneladas, mais 1,7% do que em 2022, correspondendo a um aumento de 0,4% em relação ao valor médio da década 2013-2022.
  • O DMC por habitante, em 2023, situou-se nas 15,9 toneladas por habitante, acima do valor verificado na média da UE-27, 13,9 toneladas por habitante.
  • Em 2023, a Entrada Direta de Materiais na economia portuguesa atingiu o valor de 200,8 milhões de toneladas, mais 1,3 milhões de toneladas (0,7%) do que em 2022.
  • Em 2022 (últimos dados disponíveis), verificou-se uma diminuição de 8,9% da pegada material, face a 2021, em grande parte justificada pela redução da pegada material associada aos minerais não metálicos.
  • A produtividade de recursos, em 2023, registou um aumento de 0,8%, face a 2022, atingindo o valor de 1,35 €/kg, o que representa uma subida de 12,1% em relação ao valor médio da década 2013-2022.
  • Em 2023, Portugal obteve uma taxa de utilização circular de material de 2,8%, 0,5 p.p abaixo do valor registado em 2022, afastando-se da taxa da UE-27 (11,8%).
  • No ano de 2023, Portugal obteve um crescimento económico dissociado do consumo de recursos, de forma relativa, sendo que no ano anterior também o tinha alcançado, mas de forma absoluta.

 

Descrição: 

A ficha temática “Economia Circular – recursos materiais” analisa a evolução de alguns indicadores da economia circular em Portugal, em particular no que diz respeito ao consumo e circularidade de materiais e recursos. Neste contexto, esta ficha inclui cinco indicadores: “Consumo interno de materiais”, “Entrada direta de materiais”, “Pegada material”, “Produtividade de recursos” e “Taxa de utilização circular de materiais”.

O “Consumo Interno de Materiais” (DMC, na sigla inglesa) mede a quantidade total de materiais utilizada diretamente na economia (excluindo a água e o ar). Este indicador é calculado através da soma da quantidade anual de matérias-primas extraídas do território nacional com a totalidade das importações de materiais, subtraindo as exportações de materiais. O DMC constitui um indicador da intensidade de utilização dos recursos naturais por parte da economia e permite avaliar a eficiência na sua utilização. Este indicador é geralmente desagregado nas quatro categorias de materiais mais relevantes (e responsáveis por mais de 98% do total de materiais consumidos): biomassa, materiais energéticos fósseis, minerais metálicos e minerais não metálicos.

A “Entrada Direta de Materiais” (DMI, na sigla inglesa) é definida como o conjunto de todos os materiais sólidos, líquidos e gasosos (excluindo a água e o ar atmosférico, mas incluindo a água contida nos materiais) que entram na economia para posterior uso nos processos de produção ou de consumo. A entrada direta de materiais de uma economia é igual à soma da extração interna de materiais (extraídos do território económico nacional) e das importações de materiais.

A “Pegada Material”, que se refere à quantidade de material extraído da natureza (biomassa, minerais metálicos e não metálicos, materiais de energia fóssil) para fabricar ou fornecer bens e serviços consumidos pelos cidadãos, inclui todos os materiais necessários ao longo de toda a cadeia de produção de um produto, independentemente do setor ou país onde as emissões ocorreram.

A “Produtividade dos Recursos” é uma medida da quantidade total de materiais utilizados pela economia (DMC) em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). É empregue para avaliar a dissociação entre a utilização de recursos e o crescimento da economia (decoupling). A produtividade dos recursos é um dos indicadores de desenvolvimento sustentável da União Europeia (UE) para avaliação de políticas.

A “Taxa de utilização circular de material” mede a parcela de material reciclado e reintroduzido na economia, reduzindo a extração e respetivos impactes das matérias-primas primárias na utilização geral dos materiais. A taxa de utilização circular de material é definida como a relação entre o uso circular de materiais (quantidade de resíduos reciclados mais a quantidade de resíduos exportados, destinados à recuperação, menos a quantidade de resíduos importados) e o uso geral de materiais (soma do consumo de materiais domésticos e do uso circular de materiais).

Conceitos

«Economia Circular», economia reconstrutiva e regenerativa de forma intencional desde a conceção dos produtos, com os fluxos de materiais a processarem-se de forma circular, envolvendo atividades como a reutilização, a reparação e a remanufactura e a reciclagem multimaterial, e procurando, designadamente com recurso a processos mais eficientes e a novos modelos de negócios, minimizar a produção de resíduos e reduzir impactes ambientais.

[Fonte: APA, DGAE]

Contribuição para os ODS

Objetivos: 
  • Obter um crescimento económico dissociado do consumo de recursos;
  • Garantir que o consumo de recursos não ultrapassa a capacidade de regeneração do ambiente;
  • Melhorar a eficiência na utilização dos recursos e promover a transição para uma economia circular;
  • Reduzir a necessidade de extração de matérias-primas, manter os materiais na economia durante o máximo tempo possível, o seu valor o mais elevado possível e promover a reciclagem de elevada qualidade.

 

Instrumentos de política relevantes

 

Análise da evolução:

A evolução do CIM é fortemente influenciada, em Portugal, pela evolução da atividade do setor da construção, na medida em que os materiais que mais pesam no total deste indicador são os minerais não metálicos, intensamente utilizados naquele setor, e que representavam, em 2022, cerca de 60,7% do CIM.

Última atualização: 
Terça, 2 Setembro, 2025