Em 2022 verificou-se que as EG em baixa ainda apresentaram avaliação mediana no indicador água não faturada, indiciando potencial de melhoria com a alteração de procedimentos de faturação e redução de perdas de água.
Eficiência hídrica - setor urbano
- Em 2022, a avaliação do indicador água não faturada no serviço em baixa foi mediana.
- No mesmo ano, a avaliação do indicador perdas reais de água: i) para o serviço em baixa com densidade de ramais igual ou superior a 20 por quilómetro de rede foi mediana, tendo o valor médio mais baixo nos últimos cinco anos; e ii) para o serviço em baixa com densidade de ramais inferior a 20 por quilómetro de rede manteve-se boa, como nos últimos cinco anos.
A ficha “Eficiência hídrica – setor urbano” avalia a água não faturada e as perdas reais de água que ocorrem neste setor.
A 4.ª geração do sistema de Avaliação da Qualidade do Serviço da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) procurou acompanhar a evolução dos desafios colocados ao setor, com relevo para a eficiência hídrica e energética, valorização e circularidade, que sinalizam a urgência de uma gestão responsável, eficiente e eficaz dos recursos ambientais nacionais.
Esta ficha inclui dois indicadores de avaliação: “Água não faturada” e “Perdas reais de água”.
Água não faturada
O indicador “água não faturada” pretende avaliar o nível de sustentabilidade da gestão do serviço em termos económico-financeiros, no que respeita às perdas económicas correspondentes à água que, apesar de ser captada, tratada, transportada, armazenada e distribuída, não chega a ser faturada aos utilizadores. Inclui as perdas reais (fugas e extravasamentos de água), as perdas aparentes (imprecisões nas medições da água, furto ou uso ilícito de água) e, ainda, as perdas correspondentes a consumos autorizados, mas não faturados (água para lavagem de ruas, rega de espaços verdes municipais, alimentação de fontes e fontanários, lavagens de condutas e coletores de esgotos e, ainda, combate a incêndios). É definido como a percentagem de água entrada no sistema que não é faturada.
Água não faturada – valores de referência
Serviços em baixa (%) |
|
Qualidade do serviço boa |
[0,0; 20,0] |
Qualidade do serviço mediana |
]20,0; 30,0] |
Qualidade do serviço insatisfatória |
]30,0; 100] |
Fonte: ERSAR, 2023
Perdas reais de água
O indicador “Perdas reais de água” visa avaliar a sustentabilidade ambiental do serviço em termos da eficiência na utilização de recursos ambientais no que respeita às perdas reais de água (fugas e extravasamentos), enquanto bem escasso que exige uma gestão racional. É definido como o volume de perdas reais por unidade do comprimento de conduta ou como o volume de perdas reais por ramal, dependendo da densidade de ramais.
Perdas reais – valores de referência
Serviços em baixa – densidade de ramais igual ou superior a 20/km de rede [l/(ramal.dia)] |
|
Qualidade do serviço boa |
[0,0; 100] |
Qualidade do serviço mediana |
]100; 150] |
Qualidade do serviço insatisfatória |
]150; +∞[ |
Serviços em baixa – densidade de ramais inferior a 20/km de rede [m3/(ramal.dia)] |
|
Qualidade do serviço boa |
[0,0; 3,0] |
Qualidade do serviço mediana |
]3,0; 5,0] |
Qualidade do serviço insatisfatória |
]5,0; +∞[ |
Fonte: ERSAR, 2023
Contribuição para os ODS
- Diminuir a água não faturada, melhorando a sustentabilidade da gestão do serviço em termos económico-financeiros;
- Diminuir as perdas reais de água no setor urbano, melhorando a sustentabilidade ambiental do serviço em termos da eficiência na utilização de recursos ambientais.
Água não faturada
Evolução da avaliação da água não faturada – serviço em baixa
Distribuição geográfica da avaliação da água não faturada, serviço em baixa, em 2022
Perdas reais de água
Evolução da avaliação das perdas reais de água, serviço em baixa
Em Portugal continental, para os sistemas em baixa com densidade de ramais igual ou superior a 20 por quilómetro de rede, a avaliação tem sido igualmente mediana, tendo o indicador atingido, em 2022, o valor médio mais baixo nos últimos cinco anos. Tal evidencia um potencial de melhoria do setor com a implementação de metodologias de redução das perdas de água.
Por outro lado, os sistemas em baixa com densidade de ramais inferior a 20 por quilómetro de rede têm apresentado uma avaliação boa das perdas reais de água nos últimos cinco anos. Em 2022, apesar de um ligeiro aumento no valor das perdas reais, a avaliação da qualidade do serviço manteve-se boa.
Evolução da avaliação das perdas reais de água, serviço em baixa
Em Portugal continental, para os sistemas em baixa com densidade de ramais igual ou superior a 20 por quilómetro de rede, a avaliação tem sido igualmente mediana, tendo o indicador atingido, em 2022, o valor médio mais baixo nos últimos cinco anos. Tal evidencia um potencial de melhoria do setor com a implementação de metodologias de redução das perdas de água.
Por outro lado, os sistemas em baixa com densidade de ramais inferior a 20 por quilómetro de rede têm apresentado uma avaliação boa das perdas reais de água nos últimos cinco anos. Em 2022, apesar de um ligeiro aumento no valor das perdas reais, a avaliação da qualidade do serviço manteve-se boa.
Distribuição geográfica da avaliação das perdas reais de água, serviço em baixa, em 2022
Concluindo, as perdas reais em Portugal continental nos sistemas de abastecimento público de água em baixa, correspondem a cerca de 21% da água entrada nestes sistemas.
- Dados respeitantes a: Portugal continental.
- Periodicidade de atualização: anual.
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos – www.ersar.pt
RASARP 2023 – Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal 2023