Energias renováveis

A ficha temática “Energias renováveis” analisa a produção de energia a partir de fontes renováveis, o seu contributo no consumo de energia primária e no consumo final bruto de energia, bem como o contributo de cada uma das fontes de energia renovável. 

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Descrição: 
Atualmente, a produção doméstica de energia primária em Portugal baseia-se, quase na totalidade, em fontes de energia renovável (FER). 
 
As FER são as provenientes de recursos naturais (água, vento, biomassa, Sol, e calor da Terra) que se renovam de forma natural e regular, de um modo sustentável, mesmo depois de serem usadas para gerar energia (eletricidade ou calor). 
 
Estes recursos naturais permitem produzir energia hídrica, eólica, de biomassa, solar, oceânica e geotérmica.
 
A produção de energia a partir de fontes renováveis reduz a necessidade de importar combustíveis fósseis, como o carvão e o gás natural, para esse fim, tornando o país menos dependente do exterior em termos energéticos (redução da dependência energética) e reduzindo a emissão de gases com efeito de estufa (GEE).
 
Esta ficha temática diz respeito a Portugal continental, Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e é atualizada anualmente.
 

 

Objetivos: 
  • A União Europeia (UE) definiu, através da Diretiva 2009/28/CE, relativa à promoção de utilização de energia proveniente de fontes renováveis (FER), o objetivo de alcançar, em Portugal e até 2020, uma quota de 31,0% de energia proveniente de fontes renováveis no consumo final bruto de energia e uma quota de 10,0% no setor dos transportes. Esta diretiva foi reformulada pela Diretiva (UE) 2018/2001, estabelecendo que os Estados-membros asseguram, coletivamente, que a quota de energia de fontes renováveis no consumo final bruto de energia da União seja de, pelo menos, 32% em 2030. Definiu ainda que, a partir de 1 de janeiro de 2021, a quota de energia de fontes renováveis no consumo final bruto de energia de cada Estado-membro não pode ser inferior a uma quota de referência, sendo essa quota, no caso de Portugal, de 31% (definida para 2020).
  • Em 2016, a Comissão Europeia apresentou o Pacote Legislativo “Energia Limpa para todos os Europeus” com o objetivo de promover a transição energética na década 2021-2030, e aprovou, no Regulamento (UE) 2018/1999, metas que visam alcançar, em 2030, 32% de quota de energia proveniente de fontes renováveis no consumo final bruto, 32,5% de redução do consumo de energia, 40% de redução das emissões de GEE relativamente aos níveis de 1990, e 15% de interligações elétricas. 
  • Nesta sequência, Portugal elaborou o Plano Nacional Integrado de Energia e Clima para o horizonte 2030 (PNEC 2030), o principal instrumento nacional de política energética e climática para a década 2021-2030. O PNEC 2030 estabelece as seguintes metas nacionais para 2030: reduzir entre 45% e 55% as emissões de GEE, por referência às emissões registadas no ano de 2005; incorporar 47% de energia de fontes renováveis no consumo final bruto de energia; atingir uma redução de 35% do consumo de energia primária com vista a uma melhor eficiência energética; atingir 15% de interligações de eletricidade.
  • Entretanto, em julho de 2021, a Comissão Europeia apresentou um conjunto de propostas legislativas, o Pacote “Fit-for-55”, destinadas a rever e atualizar a legislação da União Europeia (UE), e a criar iniciativas com o objetivo de assegurar que as políticas da UE estejam em consonância com os objetivos associados à iniciativa “European Green Deal”, procurando aumentar a ambição em matéria de energia e clima, com o objetivo de reduzir as emissões de GEE na UE em 55% até 2030 e, consequentemente, aumentar ambição nas energias renováveis, entre outros vetores energéticos, estando ainda em negociação a revisão da Diretiva das Energias Renováveis.
 
Análise da evolução:
Os efeitos provocados pelas alterações nos hábitos dos portugueses em todos os setores de atividade no contexto da pandemia por COVID-19 e das restrições por ela impostas continuaram a influenciar o ano de 2021, cujo consumo de energia final aumentou relativamente a 2020, tendo o consumo de energia primária estabilizado.
 
A aviação civil continuou a ser o setor mais afetado, com uma quebra de 52% face a 2019, mas tendo aumentado 28% relativamente a 2020. Também no consumo do transporte rodoviário verificou-se um aumento de 8,5%, que tinha sido fortemente reduzido durante 2020 (15,1%).
 
Em 2021, a produção de energia renovável situou-se em 6 882 ktep (kilo toneladas equivalente de petróleo), dos quais cerca de 45,2% tiveram origem na biomassa. As bombas de calor contribuíram com 10,3% e os biocombustíveis com 4,2%.
 
Última atualização: 
Terça, 23 Maio, 2023