A ficha temática “Intensidade energética e carbónica da economia” analisa a evolução do consumo de energia e das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) face ao crescimento económico, em Portugal e na União Europeia (UE). Esta ficha afere também a emissão dos gases gerados pela produção e consumo de energia, relativamente ao seu consumo interno.
Historicamente, o crescimento económico implica um aumento do consumo de energia, elevando as pressões sobre o ambiente.
Este indicador permite reconhecer a desejada dissociação (decoupling) entre o consumo de energia e o crescimento económico. A dissociação relativa verifica-se quando o aumento do consumo de energia é mais lento do que o crescimento económico. Se o consumo de energia estabilizar ou diminuir, enquanto o PIB continua a crescer, temos a dissociação absoluta entre estas duas variáveis, associada à natural redução dos impactes negativos sobre o ambiente, e numa base de um uso mais eficiente deste recurso.
Existem evidências de que as emissões de GEE são responsáveis pelo aumento da temperatura, resultando em alterações climáticas de origem antropogénica. Tendo a UE assumido o compromisso de reduzir as emissões de GEE, a intensidade carbónica da economia permite avaliar a dissociação entre a emissão de GEE e o crescimento económico. Para alcançar esta dissociação contribuem essencialmente a eficiência no setor energético e a substituição de combustíveis de origem fóssil pelos provenientes de fontes renováveis.
A utilização de fontes de energia renováveis contribui para uma diminuição dos GEE provenientes da produção e consumo de energia, face ao consumo interno de energia.
A revisão do PNEC 2030 prevê novas metas nacionais de redução de GEE, de acordo com o previsto na Lei de Bases do Clima (LBC), e novas metas de inclusão de energia a partir de fontes renováveis, incluindo novas ações, medidas e políticas a adotar para a sua execução.
Conceitos
«Intensidade energética de uma economia», consiste na razão entre o consumo de energia primária e o seu Produto Interno Bruto (PIB).
«Intensidade carbónica de uma economia», consiste na razão entre as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), sem as do setor do “Uso do solo, alterações de uso do solo e florestas” (LULUCF, na sigla inglesa), e o seu PIB.
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