Produção e consumo de energia

  • Em 2022, o saldo importador de energia (16,68 Mtep*) apresentou um aumento de 12,2% face a 2021, enquanto a produção doméstica registou uma diminuição de 1,5% face ao ano anterior, situando-se nos 6,78 Mtep.
  • O consumo de energia final, em 2022, aumentou 2,3% relativamente a 2021, devido essencialmente ao aumento do consumo do setor dos serviços e dos transportes, que se deve em parte à retoma da atividade económica no pós-pandemia por COVID-19.
  • Para 2022, o valor para a dependência energética foi de 71,2%, sendo o aumento face a 2021 devido sobretudo ao saldo importador.

* Mtep – milhões de toneladas equivalentes de petróleo.

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A ficha temática “Produção e consumo de energia” analisa a evolução da produção e consumo de energia (com base, entre outras fontes, no balanço energético nacional), do consumo de energia primária por fonte de energia utilizada, da dependência energética nacional e do consumo de energia final por setor de atividade.

As relações existentes entre o ambiente e o setor energético são particularmente relevantes. A produção e o consumo de energia são responsáveis, direta e indiretamente, por alguns dos principais impactes negativos da atividade humana sobre o ambiente. Entre estes destacam-se os impactes associados às emissões para a atmosfera de gases com efeito de estufa (GEE), bem como de outros poluentes, como o dióxido de enxofre e os óxidos de azoto.

Apesar dos esforços realizados na exploração do grande potencial associado às energias renováveis, e das assinaláveis melhorias que daí decorreram, Portugal é ainda largamente dependente do exterior no que respeita à produção de energia. Sendo um país de escassos recursos energéticos de origem fóssil, a fatura decorrente da sua importação tem ainda um peso substancial, económica e ambientalmente, que importa reduzir progressivamente.

Os transportes e a indústria são os setores de atividade com maior peso no consumo final de energia, sendo por isso os que mais contribuem para pressões ambientais como as alterações climáticas, na base do aquecimento global. Igualmente central para o alívio das pressões ambientais estão as políticas e medidas destinadas não só a incrementar a produção de energia a partir de fontes renováveis (reduzindo o recurso a energia de origem fóssil), mas também a eficiência energética, entendida como a otimização da utilização de energia – i.e., para um mesmo nível de desempenho ou conforto, obter um menor consumo de energia.

Medidas tendentes a garantir o mais elevado nível de eficiência energética possível devem estar presentes nas fases de produção, transformação, transporte, distribuição e utilização da energia. A utilização racional da energia depende de alterações no comportamento dos consumidores (papel importante da literacia energética), que deverão ser complementadas com tecnologias e/ou processos que se traduzam numa redução de consumos.

 

Objetivos: 
  • Em 2016, a Comissão Europeia apresentou o Pacote Legislativo “Energia Limpa para todos” com o objetivo de promover a transição energética na década 2021-2030, e aprovou, no Regulamento (UE) 2018/1999, metas que visam alcançar, em 2030, 32% de quota de energia proveniente de fontes renováveis no consumo final bruto, 32,5% de redução do consumo de energia, 40% de redução das emissões de GEE relativamente aos níveis de 1990, e 15% de interligações elétricas.
  • Nesta sequência, Portugal aprovou o Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030)[1], o principal instrumento nacional de política energética e climática para a década 2021-2030. O PNEC 2030 estabelece as seguintes metas nacionais para 2030: reduzir entre 45% e 55% as emissões de GEE, por referência às emissões registadas no ano de 2005; incorporar 47% de energia de fontes renováveis no consumo final bruto de energia; atingir uma redução de 35% do consumo de energia primária com vista a uma melhor eficiência energética; atingir 15% de interligações de eletricidade.
  • Entretanto, em julho de 2021, a Comissão Europeia apresentou um conjunto de propostas legislativas, o Pacote “Fit-for-55”, destinadas a rever e atualizar a legislação da União Europeia (UE) e a desenvolver ações para assegurar a harmonização das políticas da UE com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal), procurando aumentar a ambição em matéria de energia e clima, visando reduzir as emissões de GEE na UE em 55% até 2030.

[1] Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2020, de 10 de julho (tendo o Plano sido submetido à Comissão Europeia em dezembro de 2019).

 

Análise da evolução:
Última atualização: 
Terça, 25 Junho, 2024