A evolução dos RR recolhidos desde 2010 apontou inicialmente para um acréscimo anual de aproximadamente 8m3 de resíduos após acondicionamento. No entanto, é de salientar que esta tendência se inverteu nos últimos anos, com uma diminuição do número e do volume dos RR recolhidos. É importante realçar que estes valores abrangem um período de transição entre dois regimes – inicialmente todos os materiais radioativos sem utilização posterior prevista foram considerados automaticamente RR e enviados para eliminação, sendo que após a entrada em vigor do DL 156/2013 e do PNGCIRR, passaram a ser aplicados os conceitos de liberação e de exclusão. A aplicação dos níveis de liberação (limites expressos em termos de concentração de atividade e/ou de atividade total abaixo dos quais os resíduos radioativos deixam de estar sob o controlo regulador, podendo ser entregues à gestão de um terceiro como materiais legalmente considerados não radioativos) e exclusão (valores expressos em termos de concentração de atividade e/ou de atividade total que não podem ser excedidos para que sejam considerados isentos das exigências do regime jurídico que estabelece o quadro legal e regulador para a gestão responsável e segura do combustível irradiado e dos resíduos radioativos) tem permitido, em circunstâncias normais, uma redução do número e do volume de RR a eliminar.
No caso particular dos geradores de tecnécio, foram licenciados pela COMRSIN locais de armazenamento no produtor que permitem que estes sejam liberados e geridos como resíduos não radioativos passado um intervalo de tempo adequado – por este motivo, o número destes geradores enviado para eliminação sofreu uma redução significativa. A mesma metodologia abrange também as “sementes” utilizadas em braquiterapia.
No que respeita à categoria “outros” do ano 2018, há́ que salientar que a quantidade total contempla 2000 unidades de materiais contaminados com H-3 gerados em laboratórios de investigação, com uma massa individual de 2g e uma atividade individual de 3900 Bq. Estes resíduos, apesar do número de unidades ser aparentemente elevado, constituem apenas 2 contentores com um volume total de 120 L. Também em 2020 a quantidade total contempla 2619 unidades de materiais contaminados com H-3 da mesma origem, com massa individual de 8g e uma atividade individual de 31000 Bq. Estes resíduos representam 5 contentores com um volume total de 300 L. Os restantes resíduos incluídos nesta categoria possuem origens semelhantes, resultantes principalmente de atividades de investigação e desenvolvimento.
Os resíduos são geridos no Pavilhão de Resíduos Radioativos (PRR) operado pelo Instituto Superior Técnico. O referido pavilhão apresenta um volume útil de cerca de 350 m3, estando ocupados cerca de 265 m3 na última contabilização disponível.