No que respeita à distribuição modal do transporte de passageiros e tendo em consideração os dados estimados reportados pelo Eurostat, verificou-se em Portugal uma hegemonia dos veículos ligeiros de passageiros (transporte individual), cuja utilização tem sido crescente, traduzida num peso de 88,3%, em 2019, face a 81,7% em 2000. No seio da UE-28, a preferência pelos veículos ligeiros de passageiros é igualmente clara, ainda que ligeiramente menos expressiva (83,4% em 2019) do que em Portugal, mas o peso de utilização do transporte ferroviário é mais significativo, representando 8,1% em 2019, ao passo que em Portugal ronda os 4,6%.
Relativamente ao transporte individual em Portugal, as fontes estatísticas disponíveis não permitem aferir os fluxos de transporte em veículos particulares, pelo que se apresentam os resultados do Recenseamento Geral da População (censos), que disponibilizam informação sobre os movimentos pendulares da população trabalhadora e estudante (deslocações casa-trabalho ou casa-escola).
De acordo com a informação apurada nos últimos censos (2011), 61,6% dos movimentos pendulares casa-trabalho ou casa-escola foram realizados em transporte individual (considerando os condutores e também os passageiros), traduzindo um aumento de 15,9 pontos percentuais (p.p.) face a 2001. As deslocações a pé e de autocarro terão sido as mais penalizadas, já que em dez anos perderam, respetivamente, 8,7 p.p. e 4,1 p.p., representando apenas 16,4% e 11,8% do total em 2011. Esta informação só poderá ser atualizada quando forem divulgados os resultados dos censos que tiveram lugar no início de 2021.
Os resultados definitivos do Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto (IMob 2017), levado a cabo pelo INE entre Outubro e Dezembro de 2017, vieram confirmar o automóvel como o principal meio de transporte usado nas deslocações dos residentes nas áreas metropolitanas, de forma mais marcante na AMP (67,6% das deslocações) que na AML (58,9%).
A taxa de ocupação do automóvel foi de 1,56 pessoas na AMP e de 1,60 na AML.
As deslocações por modos suaves (pedonal ou de bicicleta) surgem como a segunda forma de locomoção mais expressiva no total das deslocações, registando um peso conjunto de 18,9% na AMP (apenas 0,4% utilizando bicicleta) e de 23,5% na AML (0,5% relativos à bicicleta).
Os transportes públicos e/ou coletivos, como principal meio de transporte, representaram 11,1% das deslocações na AMP e 15,8% na AML.