Avaliando a evolução da venda de produtos fitofarmacêuticos por função (substância ativa) é possível identificar que houve uma redução geral das vendas no intervalo considerado, sendo mais significativa na categoria de fungicidas. Embora mais evidente essa redução entre 2010 e 2019, a venda de produtos fitofarmacêuticos total registou um aumento de 23,3% em 2019 (9.941 toneladas), em relação ao ano de 2018 (8.062 toneladas).
Venda de produtos fitofarmacêuticos
A ficha temática “Venda de produtos fitofarmacêuticos” fornece informação sobre a evolução das vendas desta classe de produtos por tipo de função e por área de Superfície Agrícola Utilizada.
Enquanto um dos meios mais eficazes para proteger os vegetais e os produtos vegetais contra organismos prejudiciais, incluindo infestantes, e para melhorar a produção agrícola, a utilização de produtos fitofarmacêuticos pode trazer benefícios significativos para a sociedade através do aumento da disponibilidade de géneros alimentícios de boa qualidade a preços acessíveis.
Contudo, a sua utilização pode envolver riscos e perigos para o homem, para os animais e para o ambiente. Nesta matéria, a legislação comunitária é bastante inovadora e rigorosa. A par da Diretiva 2009/128/CE foi publicado o Regulamento (CE) n.º 1107/2009, relativos à colocação de produtos fitofarmacêuticos no mercado, e sua utilização sustentável, instrumentos que vieram reforçar o nível de exigência no que respeita à proteção da saúde humana e animal, e do ambiente, operando em simultâneo melhorias no funcionamento do mercado interno através da harmonização das normas de colocação no mercado dos produtos fitofarmacêuticos. Na base das suas disposições, está o reforço do princípio da precaução, com a finalidade de garantir que as substâncias ativas ou os produtos colocados no mercado não afetem negativamente a saúde humana ou animal, ou o ambiente.
As vendas nacionais de produtos fitofarmacêuticos constituem, presentemente, o indicador que melhor permite aferir a sua utilização.
Esta ficha temática diz respeito a Portugal continental, Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e será atualizada anualmente.
- O Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável dos Produtos Fitofarmacêuticos (PANUSPF 2018-2023) [Lei n.º 26/2013 e Portaria n.º 81/2019] continua a forte aposta na formação dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos, introduzida pelo PANUSPF 2013-2018. Fixa para 2018-2023 os objetivos, metas, medidas e calendários para reduzir os riscos e os efeitos da utilização de pesticidas na saúde humana e no ambiente, fomentando:
- O incentivo à adoção de práticas agrícolas e métodos de gestão dos inimigos das culturas e o uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos, nomeadamente, através de uma maior sensibilização dos utilizadores, da promoção de códigos de boas práticas, da agricultura biológica e da proteção integrada;
- A alteração, através de formação específica, do comportamento dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos (nomeadamente o comportamento dos utilizadores profissionais), de modo a que respeitem as indicações constantes do rótulo, designadamente, as finalidades, as concentrações, as doses e as precauções biológicas, toxicológicas e ecotoxicológicas;
- A melhoria da qualidade e da eficácia do equipamento de aplicação de produtos fitofarmacêuticos, para que os seus utilizadores possam obter o máximo de eficácia dos tratamentos e, ao mesmo tempo, sejam minimizados os eventuais efeitos negativos na saúde humana e no ambiente.
- A Estratégia do Prado ao Prato, lançada no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, estabelece o objetivo UE de reduzir a utilização global e o risco dos pesticidas químicos em 50 % e a utilização dos pesticidas mais perigosos em 50 % até 2030.
Evolução da venda de produtos fitofarmacêuticas por função
Distribuição relativa das vendas de produtos fitofarmacêuticos, por substância ativa, em 2019
Procedendo à decomposição das vendas de produtos fitofarmacêuticos por substância ativa, verificou-se que o grupo dos fungicidas mantém o seu domínio, representando 58,0% do volume total de vendas em 2019, seguido dos herbicidas, com 22,4%, e dos inseticidas e acaricidas, com 8,9%. Todos os restantes produtos fitofarmacêuticos atingiram um peso de 10,7%. É de salientar que o enxofre, substância ativa de toxicidade reduzida, representou, em 2019, 53,34% do volume de vendas dos fungicidas e 30,96% do volume total de produtos fitofarmacêuticos.
Evolução da venda de produtos fitofarmacêuticas por Superfície Agrícola Utilizada (SAU)
A venda de produtos fitofarmacêuticos por unidade de SAU diminuiu em cerca de 44 % no período de tempo analisado (2003 – 2019). Em 2019, este indicador, registou o valor de 2,5 kg por hectare.
Direção-Geral de Alimentação e Veterinária – https://www.dgav.pt/
Instituto Nacional de Estatística – https://www.ine.pt