A classe dominante em 2020 é “Bom”, mantendo o registo dos anos anteriores.
Índice de Qualidade do Ar
O índice de qualidade do ar (IQAr) constitui uma classificação baseada nas concentrações de poluentes registadas nas estações de monitorização e representa a pior classificação obtida, traduzida numa escala de cores divididas em cinco classes, de "Muito Bom" a "Mau", que permite orientar o cidadão, de forma a adequar comportamentos e ações no sentido da proteção da saúde humana, especialmente dos grupos mais sensíveis da população.
O índice é calculado e disponibilizado diariamente através do sistema de informação QualAr gerido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com base na informação fornecida pelas comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDRs) no continente e pelas direções regionais do ambiente (DRAs) nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
O cálculo do índice é efetuado tendo em conta a existência de medições de poluentes obrigatórios, que diferem consoante se trate de uma zona ou aglomeração: consideram-se as médias aritméticas dos valores medidos dos poluentes ozono (O3) e partículas de diâmetro igual ou inferior a 10µm (PM10) ou igual ou inferior a 2,5µm (PM2,5), no caso da zona e dos poluentes dióxido de azoto (NO2) e partículas PM10 ou PM2,5, no caso da aglomeração. Se existir informação disponível relativa ao dióxido de enxofre (SO2), também poderá ser considerada no cálculo. O índice global para cada zona/aglomeração resulta do pior resultado obtido em relação aos poluentes monitorizados nas estações existentes em cada área, sendo os poluentes com a concentração mais elevada os responsáveis pela cor do índice e pela classificação atribuída à qualidade do ar diária em cada zona/aglomeração.
Os intervalos de classificação do índice, tendo em conta as classes de concentração para cada poluente, têm sofrido ao longo do tempo algumas alterações, estando harmonizados com os valores que constam da legislação vigente de qualidade do ar. No início de 2019, a metodologia de cálculo do índice foi revista, considerando-se valores mais restritivos em alguns intervalos das respetivas classes de concentração de cada poluente, com o objetivo de alinhar o referencial nacional com os valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e de acordo com conhecimentos mais atualizados sobre os efeitos dos poluentes na saúde humana.
Esta ficha temática diz respeito a Portugal continental, Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e será atualizada anualmente.
- Garantir o cumprimento dos objetivos estabelecidos, tanto a nível comunitário como nacional, em termos de qualidade do ar ambiente, os quais visam evitar, prevenir ou limitar efeitos nocivos dos diferentes poluentes atmosféricos na saúde humana e no ambiente;
- Avaliar a qualidade do ar ambiente em todo o território nacional;
- Aumentar o número de dias do ano em que o índice de qualidade do ar é classificado como "Muito bom" ou "Bom" e, por sua vez, diminuir o número de dias do ano em que é "Médio", "Fraco" ou "Mau";
- Promover e melhorar o acesso do público à informação sobre o estado da qualidade do ar e suas consequências na saúde.
O impacte da pandemia da COVID-19 e das medidas de confinamento adotadas com implicações no normal funcionamento da economia, e na consequente melhoria generalizada da qualidade do ar, resultaram num ano de 2020 atípico. Contudo, no que se refere ao IQAr e tendo em conta o seu método de cálculo e o facto dos principais poluentes responsáveis pela cor do IQAr serem o ozono (poluente secundário) e as partículas, a melhoria observada não é muito significativa. O principal impacte da pandemia observou-se na redução dos níveis de NO2, poluente que não é habitualmente responsável pela classificação do IQAr.
Índice de Qualidade do Ar (IQAr) em 2020
Evolução da percentagem do número de dias com IQAr Médio, Mau/Fraco e Muito Bom/Bom
No ano 2020, verificou-se um acréscimo de 2,7% de dias com qualidade “Muito Bom” e “Bom” em relação ao ano transato e uma diminuição de 0,8% na percentagem de dias com classificação “Fraco” e “Mau”, indicando uma melhoria do estado da qualidade do ar face a 2019.
A análise relativa ao período entre 2002 e 2020 permite identificar uma tendência decrescente na percentagem de dias com classificação “Fraco” e “Mau”, tendo diminuído de cerca de 17% em 2005 para 0,8% em 2020.
Observa-se ainda que, decorrente da alteração metodológica, desde o ano 2019, que passou a considerar valores mais restritivos em alguns intervalos das respetivas classes de concentração de cada poluente, se verifica um aumento do número de dias com classificação “Médio” e uma consequente diminuição dos dias com classificação “Bom”. Esta situação decorre sobretudo da alteração do intervalo de concentrações da classe “Médio”, no poluente ozono, um dos principais poluentes responsáveis pela cor do índice (pior resultado), que deixou de usar o referencial nessa classe de 120 µg/m3 para passar a ser de 100 µg/m3. A alteração mencionada deverá ser tida em conta na análise apresentada, onde é possível observar os dados agregados do IQAr para os últimos 19 anos.
Os valores diários do IQAr estão disponíveis online no sistema de informação QualAr.
Agência Portuguesa do Ambiente - https://apambiente.pt/ar-e-ruido/indices-de-qualidade-do-ar
QualAr: Sistema de informação nacional sobre qualidade do ar - http://qualar.apambiente.pt