A ficha temática “Emissões antropogénicas” contabiliza as emissões, no Continente, de vários poluentes:
	
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			Substâncias acidificantes e eutrofizantes: dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx) e amoníaco (NH3), que contribuem para acidificação e eutrofização do meio;
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			Substâncias precursoras de ozono troposférico: óxidos de azoto (NOx) e compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM), que estão na origem da formação de ozono troposférico (O3); e,
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			Partículas finas: partículas com diâmetro aerodinâmico inferior a 2,5 µm (PM2,5).
As emissões de compostos de enxofre e de azoto para a atmosfera e o seu contacto com a humidade do ar, conduz à produção de ácido sulfúrico e ácido nitroso, respetivamente, os quais, transportados pela precipitação, formam as denominadas “chuvas ácidas” que contribuem para a redução dos níveis de pH dos solos e das águas. A acidificação destes meios conduz à libertação de metais tóxicos, como o alumínio, e à lixiviação de nutrientes do solo, causando danos à flora e à fauna.
	Adicionalmente, a deposição atmosférica de compostos de azoto pode contribuir para um excesso de nutrientes azotados nos ecossistemas terrestres e aquáticos, aumentando as concentrações de nitratos nas águas subterrâneas e alterando a biodiversidade. As alterações na biodiversidade resultam do enriquecimento do meio em nutrientes, que provocam o crescimento excessivo de algumas espécies em detrimento de outras que estão adaptadas a um ambiente menos rico em nutrientes.
	O indicador de “Emissões de substâncias acidificantes e eutrofizantes” agrega num único indicador o potencial acidificante dos poluentes SO2, NOx e NH3, denominado de Equivalente Ácido (EA). As emissões dos três poluentes utilizados para o cálculo deste indicador são convertidas em toneladas de equivalente de ácido. Esta agregação permite avaliar a evolução das emissões acidificantes para o ambiente, bem como identificar os setores que mais contribuem para essa acidificação.
	O ozono troposférico é um poluente com forte poder oxidante que acelera a degradação dos materiais, promove a perda de produtividade da vegetação e o aumento da morbilidade e mortalidade da população exposta. Sendo um dos gases com efeito de estufa, contribui também para o aquecimento da troposfera.
	O potencial de formação de ozono troposférico permite monitorizar a evolução das emissões agregadas de substâncias precursoras de ozono troposférico, por setor de atividade e analisar a respetiva contribuição.
	As partículas finas PM2,5, pelas suas dimensões, são inaláveis e conseguem penetrar no sistema respiratório até ao nível alveolar interferindo no processo respiratório, acarretando risco grave para a saúde. A exposição crónica a este poluente aumenta o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias e cardiovasculares e cancro de pulmão, contribuindo para agravar sintomas de outras doenças.
	De referir que foram estabelecidos para o ano de 2010, pelas disposições do Protocolo de Gotemburgo da Convenção do Ar e da Diretiva Tetos, os limites máximos nacionais de emissão para os poluentes SO2, NOx, NH3 e COVNM.
	Em 2012, com a aprovação da emenda ao Protocolo de Gotemburgo, estes limiares nacionais foram revistos, tendo sido estabelecidas novas obrigações de redução das emissões com o objetivo de atingir, a partir de 2020 e face ao ano de 2005, tetos de emissão nacionais mais ambiciosos. Foi, ainda, estabelecido pela primeira vez o objetivo de redução nacional de emissão de partículas finas PM2,5, igualmente a partir de 2020 e face ao ano de referência de 2005.
	A resposta comunitária e nacional para dar cumprimento a este acordo internacional teve lugar em 2018 com a aprovação do Decreto-Lei n.º 84/2018, de 23 de outubro, na sua redação atual, que transpõe a Diretiva (UE) 2016/2284, a qual estabelece os mesmos compromissos de redução de emissões atmosféricas para 2020 e, adicionalmente, novos objetivos para 2030 face ao ano base de 2005.
	 
	
		
			
				| Conceitos «Emissões antropogénicas», emissões atmosféricas de poluentes associados a atividades humanas. [Fonte: Decreto-Lei n.º 84/2018] «Equivalente Ácido» (EA), indicador usado para determinar o total de emissões de substâncias acidificantes calculado pela soma do total de emissões dos poluentes SO2, NOx e NH3 (cada poluente tem um fator de conversão específico). [Fonte: EMEP] «Ozono troposférico», poluente secundário formado pela reação das substâncias precursoras na presença de forte radiação solar. [Fonte: adaptado do Decreto-Lei n.º 84/2018] «Partículas finas» ou «PM2,5», partículas suspensas no ar com um diâmetro aerodinâmico igual ou inferior a 2,5 µm. [Fonte: Decreto-Lei n.º 84/2018] «Potencial de formação de ozono troposférico» (TOPF, na sigla inglesa), calculado pela soma do total de emissões de compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM) e pelas emissões de óxidos de azoto (NOx) equivalentes (multiplicadas por um fator de conversão). [Fonte: EMEP] «Substâncias acidificantes», poluentes com potencial acidificante para o ambiente: dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx) e amoníaco (NH3). [Fonte: adaptado do Decreto-Lei n.º 193/2003] |