Episódios de poluição por ozono troposférico

  • Em 2022, foram registadas, nas 51 estações que monitorizam o ozono troposférico, 135 ocorrências com excedência ao limiar de informação ao público, tendo 134 dessas ocorrências coincidido com períodos de ondas de calor. Tal foi observado em 18 dias do período compreendido entre maio e agosto, o que representa um acréscimo de 16 dias face ao ano anterior.
  • Em 2022, o limiar de alerta foi excedido em dois dias do mês de julho, situação que coincidiu com os extremos de temperatura observados nesse ano.
  • A média das concentrações máximas anuais, calculada a partir das médias octo-horárias para cada dia, aumentou no ano de 2022 em ambas as tipologias de estações, face aos níveis de 2021, com um acréscimo de 7% na tipologia rural, com o valor médio de 149 µg/m3 e de 17% na tipologia de estações urbanas e suburbanas de fundo, com o valor médio de 148 µg/m3. Assim, constata-se que se acentuou a distância ao objetivo de longo prazo de 120 µg/m3.
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A ficha temática “episódios de poluição por ozono troposférico” contém a informação relativa às situações de excedência do limiar de informação do ozono (O3), cuja ocorrência desencadeia ações, preconizadas num sistema de alerta, para disseminação às entidades competentes e à população em geral.

A divulgação destes episódios permite a adoção, por parte da população em geral, e dos grupos sensíveis, em particular, de uma atitude preventiva, através de comportamentos que garantam a redução do tempo de exposição ao poluente.

O O3 troposférico é um poluente "secundário", formado quando os seus precursores, gases como os óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis, reagem com o oxigénio na presença de luz solar.

Particularmente, podem atingir-se níveis elevados de O3 em zonas onde ocorrem emissões destes poluentes, decorrentes de atividades antropogénicas, tais como o transporte rodoviário, processos industriais e aquecimento doméstico, combinadas com condições meteorológicas específicas de estabilidade atmosférica, elevada radiação solar e altas temperaturas durante o verão.

Os efeitos do O3 na saúde humana traduzem-se, ao nível do sistema respiratório, na inflamação das vias respiratórias, sendo que a exposição prolongada a concentrações elevadas pode conduzir a situações de maior gravidade.

O indicador usado para avaliar a exposição de curta duração a este poluente refere-se aos valores médios horários, expresso pelo número de dias em que se verificam excedências ao limiar de informação ao público de 180 μg/m3, ou ao limiar de alerta de 240 μg/m3.

O indicador de exposição de longa duração do O3 é avaliado através do objetivo de longo prazo de 120 μg/m3, relativo à concentração máxima das médias de oito horas do dia.

Consideram-se, para o cálculo da média ponderada, os valores obtidos em todas as estações de monitorização da qualidade do ar, rurais e urbanas/suburbanas de fundo, com eficiências de medição superior a 75%. No caso da avaliação definida para determinada zona ter por base a medição indicativa, são consideradas as estações com eficiência de medição superior a 14%.

Contribuição para os ODS

 
Objetivos: 
  • Garantir o cumprimento dos objetivos nacionais e comunitários em termos de qualidade do ar, para evitar, prevenir ou limitar os efeitos nocivos dos poluentes atmosféricos na saúde humana e no ambiente;
  • Comunicar ao público de forma eficiente quando os limiares de ozono são ultrapassados;
  • Divulgar o sistema de previsão dos níveis de ozono, já implementado, de forma a contribuir para a prevenção da exposição da população a esse poluente (previsão disponível no sistema de informação QualAr);
  • Garantir a observância dos valores legislados (Decreto-Lei n.º 102/2010, na sua atual redação).
Análise da evolução:

O ano de 2022 foi um ano atípico, tendo sido o mais quente desde 1931, com seis ondas de calor e 40 extremos absolutos de temperatura máxima.

Última atualização: 
Quinta, 4 Julho, 2024