A produção e o consumo de energia são responsáveis, direta e indiretamente, por alguns dos principais impactes negativos da atividade humana sobre o ambiente, designadamente, os impactes associados às emissões para a atmosfera de gases com efeito de estufa (GEE), bem como de outros poluentes, como o dióxido de enxofre e os óxidos de azoto.
 
A produção de energia a partir de Fontes de Energias Renováveis (FER) reduz a dependência energética do exterior, potencia a diversificação de fontes de energia através da utilização sustentável de recursos endógenos, como a água, o vento, a biomassa, o Sol e o calor da Terra, e contribui para a redução das emissões nacionais de GEE em todos os setores de atividade.
 
A par com as políticas e medidas destinadas a incrementar a produção de energia a partir de fontes renováveis (reduzindo o recurso a energia de origem fóssil), medidas tendentes a garantir o mais elevado nível de eficiência energética possível devem estar presentes nas fases de produção, transformação, transporte, distribuição e utilização da energia, contribuindo para a desejada dissociação entre o crescimento económico e o consumo de energia.
 
Uma matriz energética limpa e diversificada é um dos principais desafios do século XXI. Além de investir em fontes renováveis, é fundamental promover a eficiência energética, ou seja, o uso racional da energia, evitando desperdícios em residências, indústrias e transportes.
 

Fichas temáticas

  • Produção e consumo de energia
    • Em 2023, o saldo importador de energia (15,20 Mtep*) diminuiu 8,8% face a 2022, enquanto a produção doméstica de energia registou um aumento de 9,6% face ao ano anterior, situando-se nos 7,43 Mtep*, sobretudo devido ao aumento da produção hídrica.
    • O consumo de energia final, em 2023, aumentou 1,7% relativamente a 2022, devido essencialmente ao contributo dos produtos do petróleo (mais 3,6%), da biomassa (mais 3,1%) e da eletricidade (mais 1,8%).
    • Em 2023, o valor para a dependência energética do exterior foi de 66,7%, menos 4,5 p.p. do que em 2022, devido sobretudo à diminuição do saldo importador de gás natural.

    * Mtep – milhões de toneladas equivalentes de petróleo.

  • Intensidade energética da economia
    • Em 2023, Portugal apresentou uma intensidade energética da economia em energia primária de 76,5 tep/M€(preços correntes), acima da média da UE-27 que foi de 73.4 tep/M€(preços correntes).
    • No mesmo ano, Portugal apresentou um aumento de 0,4% no consumo interno bruto de energia, face ao ano anterior, enquanto na UE-27 se verificou uma diminuição de 1,0% face a 2022.
  • Energias renováveis
    • Em 2023, a produção de energia de origem renovável situou-se em 7 281 ktep*, dos quais 42,5% tiveram origem na biomassa, seguida da eletricidade (de origem hídrica, eólica, fotovoltaica e geotérmica) que representou 39,4%, de 12,7% na produção das bombas de calor e de 1,6% no solar térmico.
    • A produção de eletricidade a partir de Fontes de Energia Renovável (FER), em 2023, foi de 37 181 GWh (29 910 GWh em 2022), sendo o contributo das FER no consumo final bruto de energia de 35,2% e na produção de eletricidade de 63,0%.
    • Esta incorporação permitiu, pelo quinto ano consecutivo (desde 2019), que Portugal se mantivesse como o quarto Estado-membro da UE com maior incorporação de FER na produção de eletricidade.
    • Esta produção teve origem na componente hídrica (40,0%), na eólica (35,4%), na fotovoltaica (13,9%), na biomassa (10,2%) e na geotérmica (0,6%).

    * ktep – quilo toneladas equivalentes de petróleo.